sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Aparelho Ideológico das Cooperativas

O que é uma cooperativa?
A cooperativa é uma associação de pessoas que trabalham juntas pelo mesmo objetivo. É uma empresa econômica, pois reúne trabalho, capital e administração. Na parte econômica ela funciona como qualquer empresa. A diferença está na parte social, isto é, nas relações que se estabelecem entre pessoas e entre pessoas e capital.

Como funciona uma cooperativa?
Numa cooperativa, a palavra cooperação significa trabalhar junto e, se todos trabalham, todos ganham.
Todo o capital ou bens da cooperativa pertence a todos, assim como as sobras.
Os lucros ou sobras são igualmente divididos de acordo com a quantidade de quotas (ações) que cada sócio venha a possuir.
Na cooperativa as decisões são tomadas pela maioria. Cada sócio tem direito a uma voto, pois quem vale é a pessoa e não o que ela possui.

Princípios cooperativistas
Em Rochdale, Inglaterra, um grupo de pessoas foi o responsável pela experiência cooperativista. Eles criaram princípios que são seguidos até hoje (ou ao menos deveriam ser seguidos).
v   Adesão livre: entra quem quer, sai quando quer.

vGestão democrática: tudo decidido por eleição, sendo que cada pessoa vale um voto, independente de quanto capital tenha.

v  Distribuição das sobras: os lucros (sobras) são repartidos conforme a quota de cada pessoa; não é da política cooperativista a acumulação dos lucros, transformando-os em capital imobilizado.

v  Juros limitados ao capital: o capital sempre está em função da pessoa, e não se transforma, como no capitalismo, em produtor de riqueza e gerador de mais lucro por si mesmo.

v  Vendas à vista: não se dá aquele famoso golpe de pegar o produto e pagar no ano seguinte.

v  Neutralidade religiosa, política, social, sexual e racial: todos são irmãos/irmãs, com os mesmos direitos e deveres, com a mesma dignidade.

v  Educação cooperativista: um pequeno fundo é reservado para a educação dos sócios. Desde o início se percebeu que sem uma educação dos sócios, sem formação duma consciência política e social, a exploração de uns sobre os outros se tornaria uma fatalidade.

v  Integração cooperativista: é a cooperação que deve existir não só internamente, mas também entre diversas cooperativas. Se todas tem o mesmo ideal, somente pela união conseguirão valer seus princípios e seus interesses.

As cooperativas no Brasil
É evidente que num modo de produção como o nosso, em que o capitalismo é dominante sofre pressões e mesmo interferências. Essas pressões e interferências se situam em diversos níveis:
No nível jurídico talvez esteja o principal problema. A legislação cooperativista não é feita pelos membros e associados. Quem faz a legislação é um órgão em que o governo nomeia a maioria dos membros. É evidente, pois, que quando uma cooperativa começar a crescer, trazendo problemas para o livre trânsito do capital, os representantes do capital, através do Estado criam empecilhos através de leis que diminuem a eficiência das cooperativas. Enquanto as cooperativas produzem muito, principalmente para exportar, satisfazendo assim a política do estado, elas podem continuar a trabalhar. Isso, afinal, interessa o governo.
No nível político, o Estado interfere nas cooperativas, sempre que necessita delas para sua legitimação ou proveito. Determinados favores são concedidos a certas cooperativas em troca do apoio político de determinados candidatos. Dificilmente uma cooperativa consegue se manter neutra, politicamente falando. A cooperativa se transforma, assim, em mais um campo de ação político-partidária, frustrando sua finalidade e indo contra seus princípios fundamentais de neutralidade política.
Mas a principal interferência do Estado se dá em nível ideológico. São os mecanismos todos do Estado que fazem com que as relações dominantes do modo de produção capitalista se transfigurem também para a prática das cooperativas. Em diversas pesquisas se constatou que entre os sócios duma cooperativa havia distinção entre os que contribuíam com mai produção (ou capital) e os que contribuíam com menos. Isso fazia com que os que contribuíam com mais se julgassem, de certa maneira, donos da cooperativa. Eles se julgavam com direitos de tomar decisões em nome de toda a cooperativa. Assim ideia capitalista, de quem tem mais, manda mais, já se tornou comum entre os sócios das cooperativas. Essa influência das relações dominantes dos sistema é sub-reptícia, legitimando, como consequência, práticas de dominação e exploração.
Na base de tudo, está o grande problema da educação cooperativista. Os sócios não sabem como deveriam ser o funcionamento duma cooperativa e não conhecem seus direitos. O fundo para a educação, que por lei deve ser descontado de toda operação de lucro, não é empregado para seu devido fim. Os cooperativados são, assim, mantidos na ignorância, pois assim podem ser facilmente manipulados.
Em contraposição, uma cooperativa bem orientada e com participação efetiva de todos os sócios pode-se transformar num grande fator de transformação social. E a cooperativa possui ainda uma grande vantagem sobre os demais aparelhos, pois ela conta como base econômica que lhe possibilidade de agir livre e autonomamente no aspecto financeiro, sem depender diretamente do dinheiro, do Estado ou capital. Esse fator transforma a cooperativa numa instituição de grandes possibilidades para forçar alternativas diferentes das permitidas pelo Estado.


Um comentário:

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