sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Aparelho Ideológico dos Sindicatos

O que é Sindicato?
O Sindicato  é uma organização livre e autônoma de pessoas com finalidade de defender e promover seus direitos.
O sindicato pode ser uma organização de qualquer tipo de pessoas, onde tanto patrões como empregados tem o direito de se organizar. A principal finalidade, porém, é a defesa dos direitos dessas pessoas e a reivindicação de seus direitos.
O importante de qualquer modo é insistir nas qualidades de um verdadeiro sindicato: o de ser livre e autônomo.
Livre: entra quem quer, sai quem quer.
Autônomo: independente, soberano, podendo discutir em pé de igualdade com qualquer outro sindicato ou organização. Pelo de os sindicatos serem, ou quererem ser autônomos, defenderem o interesse dos trabalhadores, eles os julgam perniciosos, negativos, e chagam assim, a igualar o ser contra o capital ao ser contra a nação. Então quem e contra eles, ou contra o governo criado, mantido e manipulado por eles, é, consequentemente contra a nação.  Dessa maneira, através da educação, e mesmo através da religião (uma religião que eles usam como arma ideológica para manter as pessoas obedientes e quietas), eles tentam igualar a ação do sindicato como sendo uma ação desordeira como sendo violenta, de gente que não aceita nada, que é sempre contra.
As "pessoas de bem", as "pessoas religiosas", as "pessoas boazinhas" não devem se meter com desordeiros e arruaceiros que só fazem greve e prejudicam a ordem estabelecida.
É evidente que o sindicato sempre deve estar a serviço do bem comum. Se ele não estivesse a serviço do bem comum, mas procurasse apenas promover e ajudar um grupo, em prejuízo evidente dos outros grupos ou em prejuízo evidente da nação como um todo, nesse caso, sim, o sindicato estaria explorando seus direitos.
Os sindicatos devem procurar o bem comum, a justiça. E é uma pena que grande parte das vezes não consiga chegar a solucionar os problemas pacificamente, através de conversações, mas é necessário chegar a ações mais drásticas e duras, como manifestações e greves. Se a causa é justa, a greve é justa, caso não haja outro meio de solução.

O sindicato no Brasil
As relações fundamentais, básicas, essenciais, existentes dentro da nossa sociedade são:
  • Dominação: Alguns são "donos" dos meios de produção, que produz riqueza. Sendo donos das coisas acabam sendo donos das pessoas, pois no momento em que uma pessoa necessita trabalhar para viver, ela vai necessitar dum meio de produção, e sendo que os meios de produção estão nas mãos de alguns, o trabalhador está dependente do que possuem os meios para poder sobreviver.  A dominação passa, pois a ser também uma dominação política e social.
  • Exploração: "O trabalho é a fonte única das riquezas" (Leão XIII). Os donos do capital se enriquecem na medida em que se apropriam de parte da força de trabalho dos trabalhadores: a única coisa que pode ser explorada é o trabalho humano, pois só ele produz riqueza.
Essas relações vão estabelecer um sistema de classes.
Não são os trabalhadores que criaram ou que desejam as classes sociais. as classes sociais, o capital e o trabalho, foram criados fundamentalmente pelos donos dos meios de produção no momento em que eles se apropriaram.
A partir dessa realidade concreta de classes que se deve compreender e discutir o sindicato.
Numa sociedade de classes, a classe dominante apodera-se do aparelho de Estado para colocá-lo a seu serviço. Numa sociedade de classes, o Estado é a classe dominante, e pode ser que dentro da própria classe existam facções de classe, e uma facção domina sobre a outra. Mas quando a contradição fundamental se mostra (a contradição capital-trabalho), os donos dos meios de produção (capital), mesmo divididos em facções para dominar o aparelho de estado, formam imediatamente uma aliança para garantir o poder.

A questão do sindicato

Quando se diz que o sindicato não é livre nem autônomo quer se dizer que o sindicato (o sindicato dos trabalhadores) não está sob o domínio real dos trabalhadores, mas sim de pessoas ligadas ao capital. E eles não largam mão de maneira nenhuma desse aparelho, pois é decisivo de todos. isso se torna claro, pois o sindicato é a organização dos trabalhadores a partir do trabalho, e o trabalho é tanto "a chave da questão social", no dizer de João Paulo II, como também é a "chave de solução da questão social". Pois se é o trabalho que faz tudo, produz toda a riqueza, no momento em que os que trabalham puderem ser autônomos  e donos de sua produção, eles conseguirão sua liberdade. Por isso o estado  pode largar mão de tudo, menos do controle do trabalhador.
Nos inícios de nosso século chegaram a existir organizações de trabalhadores e sindicatos que realmente eram autônomos e chegaram a modificar em parte a estrutura social. Mas a partir de 1930, com Getúlio Vargas, o sindicato é finalmente atrelado ao Estado e somente em 1988, com a nova constituição, a legislação foi modificada, alterando assim, o seu real valor e objetivo. 
Diante disso começou-se a discutir o que deve ser um sindicato, e começou-se mostrar as falhas e ideologias de um sindicalismo oficial e espúrio. Se a Nova Constituição conseguiu resgatar boa parte do que deveria ser um sindicato, isso não significa que a luta para que se tenha um sindicato verdadeiro e autêntico tenha terminado. O trabalho é a "chave da questão social", e a questão social não é algo que possa ser definitivamente solucionado, pois é ai que residem as contradições fundamentais, as quais são:
  1. Muitos dos grupos que se dizem sindicados, ainda se ressentem de um comportamento adulterado ao se transformarem e atuarem à maneira de entidades assistenciais esquecendo sua função primeira e fundamental que é defender os interesses dos associados, acomodando-se e visando conseguir algum bem-estar imediato e em geral material. Outra questão discutida é a ligação desses sindicatos a partidos políticos, o que se torna um comportamento errado, pois o poder legislativo vai trabalhar para que as leis implantem ou implementem políticas, já os sindicatos são grupos dos quais participam apenas determinadas pessoas ligadas a uma atividade específica.
  2. Exige-se ainda a organização da luta dos sindicatos a nível mais amplo, que é a existência sindicais dentro de um país e que estes se estabeleçam internacionalmente, ligando-se uns aos outros, ou sejam, que os sindicatos possuindo ligações nacionais, também possam manter suas forças em termos mundiais.
É fundamental que o sindicatos e todas as associações que a ele se assemelham, continuem sua luta para cumprir sua finalidade fundamental: a construção da solidariedade, pois é somente na união e na organização que os grupos organizados poderão garantir seus direitos e restabelecer relações de justiça e igualdade.e

Nenhum comentário:

Postar um comentário